terça-feira, 5 de julho de 2011

Do realismo filosófico à ciência da história

Ibn Khaldûn vai se orientar em direção a tudo que permite reduzir o caos da historia concreta,  que vive na própria carne, ordenar o fluxo e o refluxo, proporcionar soluções para um futuro real que seja racionalmente possível.
“O centro misterioso dos dogmas da fé é a unicidade divina”. E esse princípio central de ordem vai imprimir sua marca no mundo real. Num primeiro tempo, a especulação pura e impotente para abarcar o real: “Não creias que o pensamento seja capaz de examinar completamente todos os seres e suas causas, de conhecer os detalhes do ser em seu conjunto (...)”.
A razão, assim circunscrita, é uma balança; seu papel é delimitar a causalidade; e esta explica apenas os fenômenos recebidos pelos sentidos. A razão conserva, um lugar importante: mas á um lugar relativo e limitado. A síntese da exigência de objetividade e da necessidade racional encontra, pois, sua forma no realismo, positivo e metódico.
A busca de uma ordem racional que seja também real desembocada muito naturalmente numa busca do método- e não da simples metodologia instrumental - numa predileção sistemática pela matemática, contra, notadamente, a astrologia e a alquimia.

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